Antes de qualquer cirúrgica eletiva, o cirurgião solicita ao paciente o risco cirúrgico. O objetivo dessa avaliação é detectar patologias e comorbidades até então desconhecidas e que podem trazer complicação no intra e pós-operatório. Até o momento, a grande maioria das avaliações préoperatórias são focadas nas alterações cardiovasculares, porém, a cada dia cresce em importância a atuação do infectologista na prevenção da infecção de sítio cirúrgico. A infecção de sítio cirúrgico é uma das complicações mais temida e pode acarretar elevada morbimortalidade, prejuízo funcional e estético ao paciente.

Você sabia que quase 70% das infecções cirúrgicas são causadas apenas por uma bactéria chamada Staphylococcus aureus? O Staphylococcus aureus coloniza habitualmente narina, garganta e axilas de pessoas saudáveis. Essa colonização é totalmente assintomática e está presente em cerca de 30% da população mundial. Possuir o Staphylococcus aureus mesmo de forma assintomática eleva em até 16 vezes o risco de se contrair uma infecção de sítio cirúrgico. Pacientes que irão realizar cirurgia de grande porte ou que irão colocar algum tipo de implante possuem maior risco. O infectologista poderá indicar o tratamento específico para a descolonização diminuindo assim a chance de se adquirir uma infecção.

A avaliação pré-operatória com o médico infectologista também possibilitará a escolha individualizada do antibiótico profilático, rastreio e screening de infecções pouco sintomáticas que podem comprometer o seu resultado operatório.